17 janeiro 2010


"As cidades, sinto-as febris como adolescentes, dançando sobre as pistas da sua própria luz, consumidas por uma inquietação difusa, crueis, livres, impuras, amantes obsoletas do novo, com toda a sua sujidade inaugural, sitios de queda e construcção, leviandade e levitação, onde os acontecimentos se precepitam em cadeia e a verdade pequena de cada um existe verdadeiramente, alterando a composição quimica do todo a cada passo.
A poluição urbana é feita do lastro azul das almas que gravitam sobre elas, almas antigas e futuras que lutam para se infiltrar na carne do presente, para fazer da memória uma casa em obras.
As cidades dão-nos a medida constante do inatingivel, por isso não conseguimos afastar-nos delas."
Inês Pedrosa
Foto: Lisboa vista do Elevador de Santa Justa

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