20 setembro 2007


Nada é absurdo, senão, o céu estaria em baixo e a terra em cima, a água correria para dentro e o vento seguraria as folhas outonais. Acreditai por isso: porque não é absurdo.
Nem o fogo arrefece os corpos nem o frio os anima; e os corvos são pretos. O sol pertence ao dia como a lua à noite, o ar flui e reflui e a planície está quieta. Os grandes espaços estão em silêncio; no entanto, há vozes no interior das salas e murmurios nos quartos, os gatos miam e os cães ladram; e no grande deserto ao fim da tarde as caravanas passam.
Nuno Júdice

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