14 abril 2012
22 janeiro 2011
26 setembro 2010
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Cântico Negro - José Rrégio
05 julho 2010
Baby there's no need to fear
Baby there's no need to cry
Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece in your life
Will it mean something to someone?
You fuse my broken bones
Back together and then
Lift the weight of the world
From my shoulders again
Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece in your life
Will it mean something to someone?
Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece of your life
Will mean something to someone
You touch my face god whispers in my ears
In my..
There are tears in my eyes
Love replaces fear
You touch my face
god whispers in my ears
In my year (ear)..
There are tears in my eyes
Love replaces fear
Fear
Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece in your life
Will mean something to someone
Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece of your life
Will mean something to someone
03 julho 2010
24 junho 2010
21 junho 2010
28 maio 2010
17 janeiro 2010
16 janeiro 2010
16 setembro 2009
02 setembro 2009
A pouco e pouco (favas com chouriço)
Vá lá!
São 7 e meia, amor
E tens d'ir trabalhar
Acordas-me com um beijo
E um sorriso no olhar
E levantas-me da cama
Depois tiras-me o pijama
Faço a barba
E dá na rádio
O Zé Cid a cantar
Apanho o Autocarro
Vou a pensar em ti
Que levas os miúdos
Ao jardim infantil
Chego à repartição
Dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária
Que é tão boa!
A pouco e pouco se constrói um grande amor
De coisas tão pequenas e banais
Basta um sorriso
Um simples olhar
Um modo de amar a dois
E áss 5 e meia em ponto
Telefonas-me a dizer:
Não sei viver sem ti amor
Não sei o que fazer
Ela Faz-me favas com chouriço
O meu prato favorito
Quando chego para jantar
Quase nem acredito!
Vestiste-te de branco
Uma flor nos cabelos
Os miúdos na cama
E acendeste a fogueira
Vou ficar a vida inteira
A viver dessa maneira
Eu e tu e tu e eu e tu e eu e tu
José Cid
Foto: Carro no Príncipe Real, Lisboa